“Os mitos dos ‘primitivos’ e os rituais decorrentes destes mitos não
nos revelam uma Arcádia arcaica. Os paleocultivadores, como vimos, ao assumir a
responsabilidade de fazer prosperar o mundo vegetal, aceitaram igualmente a
tortura de vítimas em beneficio das colheitas, a orgia sexual, o canibalismo, a
caça às cabeças. Essa é uma concepção trágica da existência, resultado da
valorização religiosa da tortura e da morte violenta...O mundo vegetal e animal
‘fala-lhe’ de sua origem, isto é, em última análise,...; o paleocultivador
compreende essa linguagem e, ao fazê-lo descobre uma significação religiosa em
tudo o que o cerca e em tudo o que faz. Isso porém, obriga-o a aceitar a
crueldade e a morte como parte integrante do seu modo de ser. Evidentemente, a
crueldade, a tortura e a morte não são condutas especificas e exclusivas dos
‘primitivos’. Podem ser encontradas em todo o curso da História, algumas vezes
com um paroxismo jamais atingido pelas sociedade arcaicas. A diferença consiste
sobretudo no fato de que, para os primitivos, essa conduta violenta tem um
valor religioso e é calcada em modelos transumanos. Essa concepção sobreviveu
até tarde na História: os extermínios maciços de um Gêngis Khan, por exemplo,
ainda encontravam uma justificação religiosa” (Mircea Eliade – Mito e
Realidade)
“Como zoólogo, encarando o homem como um animal, tenho dificuldade de
encarar seriamente tais diferenças (ideológicas) no presente contexto. Se se
avalia a situação entre os grupos em termos de comportamento, e não de teorias
verbalizadas, as diferenças ideológicas tornam-se insignificantes perante
outras condições básicas. Trata-se principalmente de desculpas,
desesperadamente rebuscadas para proporcionar razões suficientemente
pretensiosas para justificar a destruição de milhares de vidas humanas”
(Desmond Morris – O Zoo Humano)
“Nossa era começou há quase 10 mil anos, na região da Crescente Fértil.
Estendeu-se, a partir das terras do Tigre e Eufrates, pela Fenícia, na
costa oriental do Mediterrâneo, chegando ao vale do Rio Nilo e de lá para além
da Grécia. O que está acontecendo nesta região fornece dolorosas lições sobre o
abismo ao qual a espécie humana pode chegar.” (Noam Chomsky)
A Condição Humana que diz o
título foi tratada no decorrer do desenvolvimento da Odisseia Antropofágica, já
que essa é a saga do homem desde seus primórdios, como caçador coletor das
planícies da África até sua conquista definitiva do globo terrestre. Como
ocupante do ponto mais alto da pirâmide alimentar da biosfera, esse ser onívoro
fenomenal consegue processar quase todo tipo de matéria existente, não só para
a própria nutrição, mas também para nutrir suas extensões, seus membros
máquinas que são parte integrante e fundamental de sua superioridade sobre os
demais espécimes vivos do planeta. A tecnologia é a verdadeira força motriz que
impele o homem para adiante em uma trajetória nem sempre bem definida em
direção a um futuro ainda incerto e desconhecido.
O Antropoceno representa para a
humanidade o ápice de crescimento populacional nunca antes alcançado na
História humana. Apesar dos mimetismos forçados pela religião e pela ideologia
que servem para velar sua verdadeira condição de seres onívoros, de sua cultura criada para justificar os sectarismos, as classes e as castas ora
existentes, o seu verdadeiro viés é na verdade de exploração do meio e do próximo, e assim camuflado fazer agir o individuo dentro do sistema sem culpa. A partir de uma análise fria desses
sinalizadores de ataque, defesa e procriação então podemos descortinar o homem
despido de suas auto emulações enquanto animal superior e verificar que talvez
o seu ápice projetado numa curva de Gauss também seja o começo de seu declínio
como espécie dominante dessa parte do sistema solar.
Os sinalizadores de comportamento que Humberto Eco
definiu em sua obra sobre os grupos sociais ou supertribos que povoam as
metrópoles do mundo, dividindo-os entre Apocalípticos e Integrados, os
primeiros como aqueles que estão sempre prontos para aceitar as mudanças e
acreditam na construção de uma nova ordem, e os segundos que buscam a
manutenção permanente do “status quo”, ambos os grupos convivem na atualidade como os
peixes que não percebem a água que os envolve, nem a violenta corrente que os arrasta
para um desconhecido e profundo oceano.
A divindade dominante desse
sistema ideológico é o grande deus mercado que já comandou e continua
comandando cada vez mais as sociedades humanas. Sua existência remonta a Idade
das Trevas, quando os Povos do Mar no fim da Idade do Bronze se lançaram em uma
aventura de corso do mundo Antigo por razões históricas ainda desconhecidas e
tentaram subjugar os autóctones de todo o mundo mediterrâneo destruindo
civilizações inteiras no seu caminho, e foi denominada a divindade, desde então,
com os mais diferentes nomes, mas pode ser comumente chamada também de Deus
Canibal. Hoje ele se traveste e se camufla na laicidade de nossa cultura, com o
apoio das novas tecnologias, que cada vez mais facilitam o controle do
individuo e sua programação, como extensão do terminal, membrana osmótica, que
reage, como autômato, ante os estímulos visuais de milhões de telas espalhadas pelo globo.
O homem comum acredita ser quem
comanda tais tecnologias quando na verdade ocorre exatamente o contrário. Ele
fez da tecnologia sua nova religião, apesar de não conseguir reproduzir com
precisão seu funcionamento, e desconhecer seus componentes básicos, e mesmo
assim tem fé absoluta na sua exatidão e necessidade absoluta dela através da
imitação do meio. São esses sinalizadores que o mantem em contato com sua
cultura que na verdade é uma extensão dos meios de produção corporativos de
onde habita e seus templos de fé, os grandes centros comerciais onde ele
acredita piamente entreter-se.
O homem comum se debate em
constante conflito com as próprias crenças. Elas fazem parte de sua “persona”,
a parte visível do ser relacionada ao comportamento comunal dele. Foi adquirida
honestamente e na mais absoluta integridade através da educação parental e dos
meios. Na Idade Média com certeza sua ideologia seria a religião católica e a
ideia motivadora a redenção ”post morten” caso habitasse o continente europeu.
Mas com o advento do Iluminismo a crença do cidadão comum compreende apostar
todas as fichas no progresso tecnológico e no mercado como um fim em sí, de
onde proveem todas as benesses de seu conforto pessoal imediato ainda em vida.
Ele desconhece como funciona a
maioria dessas coisas que fazem parte de seu cotidiano e também não entende as
regras de mercado que compõem seu sistema de consumo. É como uma teologia
incompreensível, uma litania, uma caixa preta, que só alguns especialistas de
plantão têm condições de decodificar, cornucópia mágica de onde proveem seus
frutos imediatos, e nem consegue imaginar outra realidade possível.
Os formadores de opinião ganham a
vida reafirmando esses valores, pois também são presas do meio em que estão
mergulhados e com sua hermenêutica peculiar, quase sempre elevada aos mais
altos valores morais, de forma proposital ou não, chancelam o “status quo” e o
homem comum sorri tranquilizado. Quem é ele para questionar os sábios? – reflete prudente.
Mesmo os contestadores da atualidade propõem
convivências inimagináveis entre lobos e ovelhas através da comunidade da “mass media”.
Afinal não são também eles falsos pecadores ou apenas fiéis adoradores
dissimulados do deus mercado de onde do couro fazem suas correias?
A comunicação eletrônica alcançou
uma dimensão inimaginável nos últimos cinquenta anos. Em proporção semelhante
os fatos históricos, do século passado, vêm sofrendo uma homogeneização a luz
das novas ideologias de mercado. Suas lições inquestionáveis têm sido
paulatinamente alteradas. A relativização dos fatos e de seus conteúdos através
de produtos audiovisuais de baixo valor informativo entrega um material pronto
que não dá margem ao pensamento crítico e sucumbe ante o “prêt-à-porter” da
cultura de massa.
É claro que sempre existiram
iniciativas desse tipo por parte das classes dominantes e seus intelectuais de
aluguel desde a impressão dos primeiros folhetins, mas com a evolução
tecnológica, o cerco ao homem comum, o público alvo deles, tornou-se o processo,
mais agressivo, no sentido de incrementar sua idiotização e aumentar o consumo
de produtos, e apesar da evolução vertiginosa dos meios, o conteúdo das
mensagens tornou-se ainda mais irrelevante do ponto de vista informativo e
submetedor do individuo teleguiado. Existe a tentativa da rarefação da vontade
do ser que acaba seduzido por uma vida artificial e virtual enquanto o sistema
opera como um trem em alta velocidade sem maquinista pronto para descarrilhar
dos trilhos na próxima curva.
Manter predadores hipnotizados
todo o tempo não é tarefa fácil. Como veremos a seguir.
http://odisseiaantropofagica.blogspot.com.br/2011/11/o-relatorio-da-montanha-de-ferro.html
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Guerrilheiras Curdas em Luta contra o EI do Iraque |
O Ataque, A Defesa e a Procriação
– Camuflados para a Guerra Permanente
As guerras dos estados-nação
sempre possuem objetivos definidos. Os índices de mortalidade, que nos conflitos
entre as nações contemporâneas podem chegar aos milhões de mortos, quando
percentualmente comparados com outros grupos sociais menos desenvolvidos são
inferiores ao dos povos tribais. O significado desse importante dado quando
confrontado com especialistas é identificado como um avanço do processo
civilizatório. Conforme o histórico verificado desse fenômeno definitivamente
humano que é a guerra pode-se chegar a outra conclusão talvez mais próxima da
realidade. Os estados-nação preferem as batalhas floreadas, verdadeiros rituais
de morte institucionalizados onde grandes contingentes armados são colocados
frente a frente para a consagração de um grande holocausto em sentido literal.
Cada vez mais aumentam os seus efeitos colaterais com a morte de civis
inocentes.
Com o advento das armas nucleares
tais confrontos entre as grandes potências tornaram-se pontuais e regulares e no final do séc XX e início do XXI
na maioria das vezes terceirizados por outros povos que são colocados no centro
das conflagrações e dos interesses econômicos maiores. Para manter a locomotiva do capitalismo
em movimento é necessário alimentar sua fornalha com os recursos naturais desses
povos e com seus corpos sem vida. Armas de destruição de massa não são
eficientes para conquista de territórios ou domínio de mercados ou mão de obra
cativa, já que o objetivo primal da guerra é o saque dos recursos naturais e
humanos do inimigo.
O sistema capitalista, isto é, as
grandes corporações, que impõem o verdadeiro domínio dos estados-nação, só é
ordenado em seu centro de poder enquanto sua periferia só poderá sobreviver em
futuro próximo no meio do caos absoluto. Milhões de armas leves e munições,
lança-granadas e canhões de baixo calibre são fabricados anualmente no
hemisfério Norte e são exportados para todo o mundo, de todas as formas
possíveis, e sem controle algum, para proporcionar o desequilíbrio planejado
das periferias e com isso lucrar direta e indiretamente.
Países que desafiaram os centros
econômicos de poder recentemente e pretenderam criar alternativas de exploração
das próprias riquezas, como o Iraque e a Líbia, e tentaram manter uma autonomia
foram completamente destruídos e retornaram de altos índices de IDH de volta
para a pré-história em termos de sobrevivência de seus povos só com o recurso de
armas convencionais, misseis balísticos e superioridade aérea.
Os exércitos tradicionais sempre
dependeram da sazonalidade das colheitas para poderem empreender suas campanhas.
Por essa causalidade, as campanhas não podiam ser prolongadas e quando chegava
o inverno no Hemisfério Norte, ou a época do plantio as forças debandavam, pois
senão adviria morte certa.
Os exércitos modernos dispõem de
ampla logística que os permitem manter-se ativos o ano todo. Soldados profissionais
são uma pequena parcela da população que se mantem com o suporte da produção da
população civil. Mas na atualidade estamos convivendo cada vez mais com forças
irregulares permanentes que não seguem as mesmas regras de mobilização dos exércitos
de resistência tradicionais.
Conflitos de baixa intensidade
consomem milhares de dólares em armas leves de vários tipos, e na manutenção de
razoáveis contingentes de homens armados. Na África e no Oriente Próximo, as
guerras tribais, e seus sucedâneos, os conflitos religiosos e ideológicos
escondem interesses exógenos evidentes na exploração das riquezas naturais
destes povos. De minerais a hidrocarbonetos: o continente africano detém
25% das reservas mundiais de Uranio, por exemplo, de fundamental importância para a produção
de energia nuclear e também possui grandes reservas de antimônio, diamante,
ouro (maior produtor mundial), manganês, platina, cromo, entre outros. Entre as
principais nações africanas que abrigam reservas minerais estão: Marrocos
(fosfato), Zâmbia (cobre), Zimbábue (ouro), Guiné (bauxita), Namíbia (urânio),
Uganda (cobre e cobalto), Sudão (ouro, prata, zinco, ferro, e petróleo), Botsuana,
Congo, República Democrática do Congo, República Centro-Africana, e Gana
(diamante). Dessa imensa riqueza
explorada por empresas transnacionais, que necessitam de insumos para a
produção de cada vez mais bens de consumo de alta tecnologia, e apropriação de energia para
manter suas linhas de produção no Ocidente, provêm o patrocínio permanente
dessas forças e de seus senhores da guerra que cobram o devido pedágio. Quem os
paga?
Estados Unidos, Canadá e as
nações europeias se beneficiam desses recursos. Nesse sentido, as grandes
potências imperialistas se enriquecem e intensificam a pobreza econômica dos
países da África. É tão intrincada a relação de interesses econômicos nesses
conflitos de baixa intensidade, que a potência responsável pela criação e
municiamento de um determinado exército irregular usado para assediar um
inimigo comum, possa também, ato contínuo usar de meios bélicos para destruir sua
própria criação, quando percebe seus interesses prejudicados por questões de
interesse local dos rebeldes. Sem nunca intentar uma ação direta é claro, pois
a ideia é não utilizar tropas no campo, que elevam sobremaneira os custos da
campanha. A antiga estratégia “Divide e Impera” enfraquece ambas as facções e
destrói a nação a ser conquistada com baixa perda material dos manipuladores
por trás dos falsos chefes rebeldes.
Estamos presenciando uma mudança
nos conceitos tradicionais sobre a guerra como era estudada até o fim do século
passado, como uma doutrina voltada às grandes mobilizações de contingentes de
exércitos nacionais. Com a ascensão das táticas de guerrilha a partir da guerra
do Vienã, o que exige um maior profissionalismo das forças nacionais sem
resultados garantidos, a nova doutrina, ocasionada pelo equilíbrio nuclear
entre as potências, a Pax Nuclear, e o resultante aumento de conflitos de baixa
intensidade intensifica a ideia de novos especialistas contratados pelas
grandes corporações sobre a possibilidade de um conflito nuclear controlado,
uma batalha floreada de grandes proporções. Passaram a acreditar na
possibilidade da sobrevivência de uns poucos, os senhores e seus servos, de
escaparem ilesos de uma hecatombe nuclear para a criação de uma Nova Ordem.
A estratégia seria semelhante a um
duelo mexicano. Um atira e o outro atira como numa velha película de western, e
depois dos alvos atingidos, uma parada para estabelecer conversações. Os alvos
com certeza estarão fora da área territorial dos países que utilizarem os
armamentos. A causa poderá ser um atentado com artefatos nucleares de algum
grupo terrorista ou um de falsa bandeira, ou uma bomba suja radioativa com dano suficiente para causar um conflito.
Para àqueles que imaginam se tratar de uma obra de ficção pode-se dizer que
isso já aconteceu recentemente, quando os EUA mataram milhares de civis
inocentes no Afeganistão com bombardeios convencionais como retaliação ao
ataque às Torres Gêmeas em New York. O terrorismo foi pago com a mesma moeda do
terror e nenhum mandatário da nação norte americana foi inculpado ou punido por
algum tribunal internacional pelos crimes de guerra. O número de vitimas afegãs
inocentes ultrapassou em milhares de vitimas o do atentando ao WTC e ainda cresce. O resultado
foi a devastação total da infraestrutura daquele país. Só não foram usadas
armas nucleares por pura convenção.
Os conflitos de baixa intensidade e a guerra permanente vieram para ficar. Sua escalada ainda recém está começando. Onde ocorrem causam grandes devastações, cidades são completamente destruídas, milhares de pessoas são obrigadas ao desabrigo forçado como refugiados apátridas em extensos acampamentos insalubres e a barbárie do culto ao deus canibal impera. O governo e o povo do país que acredita estar fora do alcance desses interesses hoje, não estudou devidamente a história do passado da humanidade. A razão do interesse das grandes corporações em estabelecer o caos longe de suas fronteiras tem como causa principal a dificuldade de se manter um “welfare state” onde abrigam suas matrizes. A explosão demográfica causada pela profilaxia forçada de epidemias e o alto índice de natalidade de antigas minorias e classes menos privilegiadas faz com que as projeções para o futuro das elites do planeta, mesmo que detenham mais de 50 % da riqueza do mundo seja no fim incerto. A guerra permanente e a crise permanente andam lado a lado. Quanto mais a crise aumenta com o desemprego de multidões pelo mundo todo provocado pela automação acelerada do capitalismo, mais as probabilidades de guerras convencionais e conflitos internos aumentam gerando a incerteza para os detentores do poder. Portanto é necessário eleger um inimigo externo para poder concentrar a atenção e o potencial agressivo das populações e até mesmo a divisão interna para incitar o ódio religioso e étnico. É necessário dirigir a natural delinquência juvenil contra um alvo comum e aproveitar os mais violentos nas forças de combate profissionais visando direcioná-los para fora de circulação do meio onde se situa a matriz.
Os conflitos de baixa intensidade e a guerra permanente vieram para ficar. Sua escalada ainda recém está começando. Onde ocorrem causam grandes devastações, cidades são completamente destruídas, milhares de pessoas são obrigadas ao desabrigo forçado como refugiados apátridas em extensos acampamentos insalubres e a barbárie do culto ao deus canibal impera. O governo e o povo do país que acredita estar fora do alcance desses interesses hoje, não estudou devidamente a história do passado da humanidade. A razão do interesse das grandes corporações em estabelecer o caos longe de suas fronteiras tem como causa principal a dificuldade de se manter um “welfare state” onde abrigam suas matrizes. A explosão demográfica causada pela profilaxia forçada de epidemias e o alto índice de natalidade de antigas minorias e classes menos privilegiadas faz com que as projeções para o futuro das elites do planeta, mesmo que detenham mais de 50 % da riqueza do mundo seja no fim incerto. A guerra permanente e a crise permanente andam lado a lado. Quanto mais a crise aumenta com o desemprego de multidões pelo mundo todo provocado pela automação acelerada do capitalismo, mais as probabilidades de guerras convencionais e conflitos internos aumentam gerando a incerteza para os detentores do poder. Portanto é necessário eleger um inimigo externo para poder concentrar a atenção e o potencial agressivo das populações e até mesmo a divisão interna para incitar o ódio religioso e étnico. É necessário dirigir a natural delinquência juvenil contra um alvo comum e aproveitar os mais violentos nas forças de combate profissionais visando direcioná-los para fora de circulação do meio onde se situa a matriz.
Não existem soluções fáceis, os tempos são de
guerra em todos os quadrantes do mundo, a América do Sul, a África, o Oriente
Próximo, e a Ásia são agora o alvo para os detentores do capital tentarem
extrair a riqueza necessária para manter seu “status quo” que a cada dia mais se
deteriora dentro das suas próprias fronteiras. A contrainformação, o massacre da mídia paga pelas grandes corporações contra as instituições politicas dos países ameaçados já ocorre cotidianamente, bem como, o estabelecimento pelos EUA e UE de sanções econômicas, ataques especulativos e derrubada dos preços de commodities e outras medidas de antecipação para a conflagração global irreversível. Cada vez mais novas polarizações surgem num planeta fortemente
nuclearizado. Os sábios anciões que conviveram com grandes guerras humanas têm advertido o que pode acontecer em futuro próximo.
Estaremos próximos de uma nova Idade das Trevas como ocorreu no mundo Antigo?
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